terça-feira, 3 de setembro de 2013



Fisioterapia no tratamento da incontinência urinária feminina

Introdução
Segundo a Sociedade Internacional de Continência (ICS), a  incontinência urinária (IU) consiste em perda involuntária de  urina pela uretra, que acarreta um problema social e higiênico, podendo ser objetivamente demonstrada. Trata-se de um  problema de saúde pública encontrado em qualquer período  da vida e em todas as faixas etárias, cujo risco aumenta com a idade, podendo determinar uma série de consequências físicas,  econômicas, psicológicas e sociais que podem interferir na  qualidade de vida das mulheres de forma negativa, levando-as  a uma mudança de comportamento.
A prevalência da IU na população inglesa é de aproximadamente 6%. Essa taxa varia de acordo com a idade e o sexo, o que  totaliza 17 milhões de pessoas sofrendo desse mal. No Brasil,  não foram encontrados estudos de grande escala sobre a prevalência e a incidência da IU, no entanto, calcula-se que existam  mais de 13 milhões de mulheres com diferentes tipos e formas  da doença. Em Belo Horizonte, entre pacientes internadas em  asilos e hospitais e com idade média de 72,2 anos, a prevalência  de IU é de 48,2%. 
De acordo com a ICS, os tipos de IU mais prevalentes  na mulher são a incontinência urinária de esforço (IUE), a  bexiga hiperativa idiopática (BH) e a incontinência urinária  mista (IUM). Na IUE ocorre perda de urina aos esforços, por exemplo, ao tossir, espirrar, pular, deambular, mudar de decúbito e rir intensamente. É o tipo mais comum de IU em mulheres, e sua prevalência pode variar de 15 a 56%, dependendo da população estudada e do critério empregado para o diagnóstico.
A BH é caracterizada por urgência miccional, acompanhada muitas vezes de polaciúria, noctúria e algumas vezes de urgeincontinência. Ocorrem contrações involuntárias não inibidas do músculo detrusor durante a fase de enchimento vesical que provocam a sensação de urgência miccional, desencadeando abertura do esfíncter uretral e resultando em perda urinária com baixo volume vesical.
A IUM é caracterizada pela combinação dos sintomas da IUE associada à bexiga hiperativa.Os sintomas da IU são diversos, e é necessária uma investigação clínica completa para se estabelecer o diagnóstico. Essa investigação consiste em história clínica (início dos sintomas, duração, gravidade, condições associadas e descrição do impacto na qualidade de vida da mulher), exame físico (análise da mucosa vaginal, de sinais de dermatite amoniacal, de atrofia pelo hipoestrogenismo, avaliação da força de contração voluntária do assoalho pélvico, do tônus do esfíncter retal, da sensibilidade do períneo e dos reflexos sacrais, além de eventuais distopias genitais), diário miccional, teste do cotonete, teste do peso do absorvente (pad-test), teste de enchimento vesical, estudo urodinâmico e ultrassonografia.Seguindo o diagnóstico estabelecido, o tratamento da IU pode ser cirúrgico ou conservador. 
O tratamento cirúrgico envolve procedimentos invasivos que podem ocasionar complicações, são de alto custo e podem ser contraindicados em alguns casos ou, às vezes, rejeitados pelas próprias pacientes. Os índices de cura podem variar de 80 a 98% imediatamente após a cirurgia, mas há a possibilidade de recidivas em torno de 30% dentro de um período de cinco anos, sendo que o principal motivo pode ser a fraqueza da fáscia endopélvica, além de um trânsito transobturatório e retropúbico.
Existem diversas possibilidades para o tratamento conservador da IU, dentre esses estão o tratamento medicamentoso e a fisioterapia. O tratamento medicamentoso está indicado para a bexiga hiperativa e, em particular, quando os sintomas iniciarem com o hipoestrogenismo do climatério. Na IU, o tratamento medicamentoso visa ao relaxamento da musculatura detrusora por meio do uso de anticolinérgicos, 
antiespasmódicos (como a oxibutinina) e antidepressivos tricíclicos.
 O medicamento é uma das opções de tratamento para a incontinência urinária de urgência ou mista, mas 
muitas vezes associa-se a efeitos colaterais, com incidência que varia de 2 a 66%, o que leva ao abandono do tratamento em grande parte dos casos. Diante disso, atualmente, vem crescendo o interesse pelo 
tratamento conservador fisioterapêutico.

 Atuação da fisioterapia

Por volta dos anos 1950, Arnold Kegel, médico ginecologista, foi o primeiro a introduzir o treinamento da musculatura do assoalho pélvico feminino para tratar a incontinência urinária. Nesse período, muitos fisioterapeutas do Reino Unido estiveram empenhados no tratamento da IU, usando os exercícios 
para o assoalho pélvico (cinesioterapia) e a eletroestimulação vaginal.
 Um estudo relatou um índice de cura de 84% e uma melhora não só na continência urinária, mas também no prazer sexual. Em 1992, a Sociedade Internacional de Continência (ICS) validou cientificamente as técnicas de reabilitação do assoalho pélvico para tratamento de distúrbios perineais e, como consequência, o reconhecimento e a valorização desses métodos foram crescendo cada vez mais.
Assim, dependendo do tipo e da severidade da IU, o tratamento fisioterapêutico tem sido recomendado como uma forma de abordagem inicial, podendo ser utilizado de forma individual ou em combinação à cirurgia na forma de terapia adjuvante e pré-operatório, em casos em que não houve sucesso no tratamento cirúrgico, e combinado ao tratamento medicamentoso.
A fisioterapia proporciona à mulher com IU a melhora e/ou a cura do grande desconforto sintomático, é um tratamento menos invasivo e pouco oneroso em relação ao tratamento cirúrgico. Entretanto, seu sucesso depende da motivação, assiduidade, perseverança, empenho da equipe multiprofissional envolvida 
e principalmente da paciente.
Os objetivos da intervenção fisioterapêutica são informar, educar ou reeducar, melhorar a percepção da musculatura do assoalho pélvico (MAP), melhorar a força de contração das fibras musculares da MAP e estimular bons hábitos de vida, como a prática de atividade física. Tudo isso pode ajudar a fortalecer 
os músculos necessários para manter a continência urinária e a organizar a ação do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático nas contrações involuntárias do músculo detrusor. Acredita-se que a fisioterapia tem apresentado resultados expressivos para a melhora dos sintomas da IU em 
até 85% dos casos.
A reeducação da musculatura do assoalho pélvico é fundamental no programa que busca a prevenção, melhora ou mesmo a cura da IU e a melhora da função sexual. Os melhores resultados do tratamento fisioterapêutico da IU são obtidos nos casos com comprometimento leve ou moderado. Para isso, é necessária a escolha adequada de diferentes técnicas, como a cinesioterapia da MAP e a eletroestimulação vaginal.
A cinesioterapia da musculatura do assoalho pélvico (MAP) é o único método que não possui contra-indicações, não tem efeitos colaterais, pode ser realizado individualmente ou em grupo e é considerado um tratamento eficaz para a melhora ou a cura de muitos casos, mantendo os seus efeitos por mais 
de cinco anos. Pode ser realizada em diferentes posições, como deitada em decúbito dorsal com os membros inferiores (MMII) estendidos e fletidos, sentada e em pé. Com a evolução, pode-se associar a cinesioterapia a movimentos resistidos, por exemplo, com uma bola.
A cinesioterapia da musculatura do assoalho pélvico objetiva exercitar os músculos perineais para o tratamento da hipotonia do assoalho pélvico, pois a melhora da força, do tônus e da função dessa musculatura favorecerá uma contração consciente e efetiva nos momentos de transmissão da pressão para a uretra diante do aumento da pressão intra-abdominal, evitando-se as perdas urinárias, o que proporcionará um reforço para o mecanismo de continência.
A maioria das mulheres é incapaz de realizar uma contração somente pela simples instrução verbal, por isso é importante e necessário o acompanhamento de um fisioterapeuta especialista. A informação e a conscientização da MAP representam uma fase essencial na reeducação.12 A contração correta mostra-se muito eficaz no tratamento da IU, pois determina melhora no controle esfincteriano, no aumento do recrutamento das fibras musculares tipo I e II e no estímulo da funcionalidade inconsciente de contração simultânea do diafragma pélvico, o que aumenta o suporte das estruturas pélvicas e abdominais e previne futuras distopias genitais.
Em estudo que envolveu a cinesioterapia como tratamento clínico da IU, observou-se a redução dos episódios de IU de 56 a 95%, sendo que os melhores resultados foram observados nas mulheres que tiveram boa motivação para persistir, realizando diariamente a cinesioterapia pélvica.Outro estudo objetivou comprovar a eficácia da cinesioterapia na restauração da musculatura perineal de mulheres, sem distin-ção de faixa etária, com IUE. Concluiu-se que a cinesioterapia é eficaz na recuperação do tônus muscular. Apesar de os resultados indicarem ganho satisfatório de tônus muscular, diminuição ou até a ausência deperda de urina, um tempo maior de treinamento poderia demonstrar maior eficácia.17,18 Alguns estudos sugerem que a cinesioterapia da MAP melhora em torno cerca de 60 a 90% dos casos de mulheres com IUE.
A eletroestimulação vaginal é outra técnica fisioterapêutica que utiliza eletrodos vaginais (Figura 1). A estimulação vaginal, dependendo do tipo de frequência de corrente utilizada, inibe o músculodetrusor,diminui o número de micções e aumenta a capacidade vesical. Pode também determinar o aumento da força de contração do músculo elevador do ânus e do comprimento funcional da uretra, resultando em uma melhora da transmissão pressórica intra-abdominal.
Está indicada no tratamento da IUE, da BH e da IUM, com respostas bastante promissoras.
 Os efeitos colaterais descritos com a eletroestimulação vaginal são raros, com destaque para 
dor, irritação vaginal e infecção urinária.Diversos estudos afirmam que a eletroestimulação vaginal é 
uma terapêutica efetiva para o tratamento da IU.4,18-20 Para alguns autores, utilizado de forma isolada, esse tratamento não mostrou resultados satisfatórios. No entanto, quando associado à cinesioterapia, pode ter mais eficácia, produzindo melhora substancial ou até mesmo cura nas mulheres com IUE, BH e da IUM.

Fonte: http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Feminav37n7p385-8.pdf

segunda-feira, 22 de julho de 2013

ANORGASMIA




É uma disfunção sexual, mais freqüente entre as mulheres, na qual o indivíduo encontra dificuldades para atingir o orgasmo, apesar de ter interesse sexual e todas as respostas satisfatórias para realizar o ato sexual. 
A anorgasmia pode ser classificada como:
 Primária - o indivíduo jamais teve orgasmo nem em uma relação sexual nem através da masturbação. Secundária - Quando, apesar de já ter vivido períodos em que atingia o orgasmo, deixou de conseguí-lo. Absoluta - Quando a pessoa não consegue atingir o orgasmo em nenhuma circunstância, nem pela relação sexual nem pela estimulação. Situacional - A pessoa consegue atingir o orgasmo, porém apenas em determinadas situações específicas. Não se deve confundir anorgasmia com frigidez.  Na Frigidez ocorre um desinteresse, uma falta total de desejo sexual.


Da onde vem?
Existem inúmeros fatores que concorrem para que um número muito grande de mulheres tenha este tipo de dificuldade (entre 50 e 70% das mulheres).  Dentre estes fatores geradores se destacam de forma praticamente absoluta os aspectos psicológicos, pois na quase totalidade dos casos são eles os fatores determinantes.
Entre os aspectos psicológicos podemos citar: a falta de intimidade com o próprio corpo; a falta de intimidade com o(a) parceiro(a); o excesso de contenção, provocado por uma estrutura de valores que supervaloriza a sexualidade e o desempenho sexual; a dificuldade de estar inteira, tranqüila e a vontade no contato com o outro no momento da relação sexual; educação sexual castradora, fatores religiosos, tabus, crendices, violência sexual (abuso ou estupro), medo de engravidar, experiências obstétricas (no caso das mulheres) traumáticas, envelhecimento, dificuldades do cotidiano, baixa auto-estima, auto-exigência exacerbada, ansiedade, excessiva preocupação com o desempenho, insegurança, estresse, depressão, desconhecimento do próprio corpo, dificuldades ligadas adicção. O momento da relação sexual é um momento de muita intimidade e de muita exposição, estando as duas pessoas inclusive sem roupa.  Para que as coisas transcorram bem é necessária uma segurança mínima, que nem sempre está presente nos relacionamentos.  Muitas vezes a pessoa termina forçando a própria barra ao se permitir vivenciar uma relação que na verdade emocionalmente não faz sentido para ela naquele momento.


Como tratar ?
O tratamento, um passa basicamente pela psicoterapia.  Dependendo do caso o indicado pode ser a terapia individual para a pessoa que esteja vivenciando este quadro, a terapia de casal ou ainda a junção dos dois processos.
O caminho da terapia individual visa criar condições para que a pessoa possa ampliar o auto conhecimento, aprendendo como faz para construir tal sintoma; o que a anorgasmia tem para contar sobre a forma como ela funciona na relação com seu universo. Com muita freqüência neste processo o indivíduo passa a ter mais curiosidade a cerca de seu próprio corpo, ampliando o seu conhecimento sobre o mesmo. A terapia de casal a visa facilitar a comunicação entre as duas pessoas, além propiciar um maior conhecimento sobre o funcionamento da relação, sobre como o casal se paralisa, como faz para perder a harmonia necessária para que a dança que se estabelece na relação sexual não tenha o êxtase como desfecho.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Sinônimos e nomes populares:
Obstipação intestinal; prisão de ventre, empate, intestino preso.
O que é?
Constipação para o paciente significa fezes excessivamente duras e pequenas, eliminadas infreqüentemente ou sob excessivo esforço defecatório.
Para o médico ela pode estar ocorrendo quando o paciente evacua até duas vezes por semana (menos de uma vez a cada 3-4 dias) ou há excessiva dificuldade para defecar.
Já o pesquisador conceitua como diminuição do conteúdo líquido das fezes, ou seja, menos de 70% de água em seu peso total.
Classificação
Existem as lesões intestinais visíveis pelos métodos de investigação por imagem (Rx ou análogos, endoscopia, microscopia), conhecidas como doenças orgânicas, e as modificações dos movimentos peristálticos (movimentos do intestino que conduzem o alimento através do intestino), usualmente denominadas de alterações funcionais.
A constipação pode ser classificada em: 
 
Simples, clinicamente de curta duração, com desencadeante casual e recente, como mudança alimentar, pós-operatório, quadros febris, medicação. Crônica idiopática, de longa evolução, sem causa orgânica conhecida, que pode mostrar alterações da motricidade (movimento peristáltico).
Orgânica, com alteração estrutural, com evolução rápida ou crônica.
Como se desenvolve?
Alguns exemplos das causas de constipação são: 
 
Estilo de vida:
Pouca fibra alimentar, baixa ingestão líquida, sedentarismo, limitações dos movimentos do corpo (seqüelas, reumatismo, velhice).
Certos medicamentos usados com variadas finalidades:
Antidepressivos, antitussígenos, analgésicos opiáceos (codeína, morfina), antiparkinsonianos, anti-hipertensivos, antiácidos contendo alumínio, preparados com cálcio.
Alterações que alteram os hormônios ou modificam o aproveitamento e a eliminação de substâncias:
Hipotireoidismo, diabete, insuficiência renal crônica.
Patologias neurológicas e musculares:
Lesões da medula espinhal, esclerose múltipla, Doença de Parkinson, falha no relaxamento perineal ao esforço de expulsão fecal.
Situações psiquiátricas:
Depressão, demência, pós-abuso sexual.
Anormalidades estruturais dos cólons, as anorretais e perineais:
Megacólon, fissura anal, complicações hemorroidárias, prolapso retal.
Estreitamentos do intestino grosso:
Complicações cicatriciais de diverticulite, inflamações como efeito indesejável de radioterapia, tumores malignos do reto e porção final do intestino grosso.
Trânsito colônico lento:
Idiopático (de causa não identificada), falsa obstrução intestinal crônica.
O modelo de constipação na criança é o menino e, entre os adultos, a jovem mulher; não se sabe porque assim ocorre. A proporção equilibra-se a partir dos sessenta anos.
A situação ocorre em 1 a 20% da população, a maior parte a partir dos 65 anos de idade.
Constipação desde o nascimento sugere problema orgânico; nas zonas endêmicas de Doença de Chagas (tripanossomíase), o respectivo megacólon predomina após a segunda década de vida.
Na adolescência, a constipação pode resultar do consumo de drogas ilícitas e do abuso de opiáceos ou medicamentos psicoativos.
O que se sente?
É muito variado de uma pessoa para outra, assim como em um mesmo indivíduo.
Adultos com megacólon de causa não estabelecida - dilatação do intestino grosso por rarefação de terminações nervosas junto aos músculos próprios do intestino - queixam-se da dificuldade evacuatória desde a infância.
Mulheres podem mostrar constipação não dolorosa desde a fase inicial da adolescência; curiosamente, as que referem dor abdominal fazem-no a partir do final desse período do desenvolvimento.
Os pacientes podem ter dias sem esvaziamento fecal ou referir a sensação de que o mesmo é incompleto, queixam-se de dor evacuatória, esforço excessivo, necessidade de ajuda manual para extração das fezes, observam sangramento com as mesmas ou à higiene.
Uma mudança recente no hábito intestinal torna mais provável a identificação causal da constipação, enquanto que a de longa duração sugere um quadro funcional.
Pode haver dor abdominal, particularmente no baixo ventre, distensão sentida e ou visível acompanhada de desconforto abdominal localizado ou difuso, eliminação de muco, de sangue e de fezes moles alternadas com duras.
A febre é rara, acompanhando quadros súbitos e dolorosos, o que também é válido para a concomitância de náuseas e vômitos.
As queixas de inquietude, indisposição, alteração do apetite e do humor são comuns, bem como de dor de cabeça. Experimentalmente, a distensão retal pela insuflação de um balonete pode causar náusea e cefaléia.
Como o médico faz o diagnóstico?
Os pacientes devem ser perguntados sobre seu hábito evacuatório ao longo dos tempos, incluindo em que parte do dia, o tempo que leva para se aliviar e o número de evacuações (por dia? por semana?), além do possível uso de laxantes por longos períodos, anos talvez. Também são de ajuda à compreensão médica as características das fezes (consistência, volume, cor, cheiro), a presença de produtos patológicos, como muco, sangue e pus. Assim, cabe ser esclarecido, o quanto possível, sobre o que o indivíduo sente e observa, inclusive variações do peso corporal.
O médico dificilmente encontra algo importante ou diagnóstico ao exame físico. Deve, se possível, já na primeira consulta, proceder ao toque retal e a retoscopia, pois mais de 50% dos tumores do cólon estão ao alcance desta simples metodologia.
Exames complementares básicos podem indicar anemia ou inflamação. Exames de sangue específicos podem sugerir câncer de cólon, ainda que sejam mais úteis para o controle evolutivo pós-tratamento.
O Rx do intestino grosso com introdução de bário via retal (enema baritado) é muito útil, particularmente quando o ambiente não dispõe da Colonoscopia (endoscopia do intestino grosso, via anal, que permite coleta de material para exame microscópico, bem como retirada de pólipo - "verruga", por exemplo), exame preferencial, atualmente, para detecção de alterações orgânicas morfológicas da luz intestinal.
Estudos da função contrátil colônica e pélvica pode ser obtidos pelo acompanhamento radiológico, por até 72 horas, da velocidade de deslocamento de marcadores radiopacos deglutidos pelo paciente, pela medida da pressão anorretal (manometria), pela eletromiografia e pela defecografia (radiografia que acompanha as variações da forma e das contrações retais e perineais durante a evacuação do contraste).
Como se trata?
Sempre que possível a dose ou tipo de medicamento que contribui para o aparecimento ou piora da constipação devem ser modificados, afim de minimizar seus efeitos colaterais. Devem ser corrigidas ao máximo, as causas endócrinas, metabólicas, neurológicas, dieteto-alimentares e proctológicas causadoras ou contributivas à dificuldade evacuatória.
Estimular a ingestão de fibras formadoras e umidificadoras do bolo fecal (a granola e o farelo de trigo são muito populares e eficientes), sugerir o uso de alimentos com propriedades laxativas naturais (são muito usados o mamão e a ameixa preta), aconselhar o uso de um ou mais dentre as diversas classes de laxativos, (sempre com parcimônia) e prescrever procinéticos (estimulantes peristálticos por via sangüínea, deglutidos ou injetados). O uso de supositórios ou enemas (lavagens intestinais) tem indicações importantes. Métodos cirúrgicos podem ser usados, mas sua indicação é rara, exceto nas lesões obstrutivas e nas anais dolorosas.
Cabe mencionar o fecaloma - acúmulo de fezes muito endurecidas e secas no reto e sigmóide - que ocorre principalmente em pacientes idosos, psiquiátricos e neurológicos. Lavagens intestinais e supositórios podem ajudar, mas, com freqüência a desimpactação manual sob sedação ou alguma anestesia, se faz necessária. Cabe ressaltar o cuidado médico para evitar o dano ao esfíncter anal, durante essas manobras.
Especial cuidado deve ser tomado quanto ao uso de laxantes sem orientação médica. Esses produtos, muitas vezes vendidos sob o rótulo de "naturais" ou disponíveis em farmácias sem necessidade de receita médica, podem causar dano e ter efeito irritativo sobre a mucosa e o sistema neuromotor do intestino. Além disso, pessoas com alterações cardíacas ou renais, podem apresentar piora aguda de suas doenças por perda excessiva de líquidos e minerais eliminados com as fezes.
Ao contrário desses medicamentos, alimentos ou compostos contendo fibras podem ser usados com liberdade, recomendando-se a busca de atendimento médico caso medidas mais "potentes" sejam necessárias.
Como se previne? 
 
Educação e reeducação alimentar e de hábitos para evacuar com regularidade fezes de consistência macia.
Ingestão de concentrados de fibras regularmente.
Tratamento ou controle de enfermidades subjacentes locais ou sistêmicas, além da revisão dos medicamentos, principalmente, os de uso contínuo.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Constipação é doença?
Se não evacuo (vou aos pés) todos os dias, há algo errado comigo?
Constipação dá problema na pele?
Se eu não conseguir evacuar mesmo com o tratamento da receita, o que eu faço?
A gravidez pode piorar esse problema?
Posso usar laxantes todos os dias? Algum tipo faz mal?
Nenês constipados podem ficar "viciados" se usarem supositórios? E adultos?
Posso fazer algo no meu dia-a-dia para melhorar esse meu problema?
fonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?94

segunda-feira, 8 de abril de 2013


Obesidade é um agravante para a incontinência urinária
A síndrome atinge cerca de 30% da população brasileira, sendo a grande maioria formada por mulheres. Embora somente um quarto delas procure tratamento, esse mal tem cura e o primeiro passo está na perda de peso Por Fernanda Bosnich Definitivamente, nenhuma perda involuntária de urina é normal. Essa é a afirmação unânime e convicta dos especialistas que [...]

A síndrome atinge cerca de 30% da população brasileira, sendo a grande maioria formada por mulheres. Embora somente um quarto delas procure tratamento, esse mal tem cura e o primeiro passo está na perda de peso.
Definitivamente, nenhuma perda involuntária de urina é normal. Essa é a afirmação unânime e convicta dos especialistas que diariamente atendem os pacientes que sofrem de incontinência urinária.
Ela pode ser temporária (quando causada por infecções) ou constante. Porém, o importante é saber que todas têm cura, até mesmo na mulher mais velha, em quem a incidência da doença é ainda maior.
“A idade é um fator relevante, pois idosos apresentam mais doenças neurológicas, males da próstata e fraqueza da musculatura do períneo”, explica os urologistas.
“Além disso, as mulheres têm a uretra curta, o que facilita a perda de urina, e ainda estão sujeitas a alterações dos mecanismos de continência, como gravidez, parto normal e deficiências de hormônios”, completa. Apesar disso, vale ressaltar que homens, mulheres mais novas e crianças podem ter o problema.
Entenda o processo
A urina é produzida nos rins e armazenada na bexiga, quando, então, o incômodo se manifesta. As causas são muitas, mas duas merecem o destaque. “As principais são a Incontinência Urinária de Esforço (IUE), que ocorre com grande freqüência, e a bexiga hiperativa”, exemplifica. Em ambos os casos, o constrangimento e o comprometimento da higiene tiram o sossego e a qualidade de vida do paciente.
Incontinência Urinária de Esforço: pode estar associada à obesidade, a complicações no parto vaginal, ao número de gestações, à diminuição dos hormônios da mulher – que ocorre com o passar dos anos – e a algumas cirurgias, como a da retirada do útero.
Aqui, o problema está na sustentação da bexiga e surge quando a pressão no interior dela supera a resistência uretral. “Carregar peso, espirrar ou dar risada são ações suficientes para deixar escapar algumas gotinhas. Em casos mais graves, pode acontecer até com quem está deitado, com a musculatura relaxada, ou ao levantar-se”.
“Se você encher um balão desses de festas infantis com ar ou água e segurar bem apertada a entrada por onde passam esses elementos, podemos mexer no balão que a pressão dos dedos no orifício não possibilitará que o ar e a água vazem. No entanto, se afrouxarmos um pouco, qualquer mínimo contato com a bexiga fará que ela expila o que tiver dentro dela. O toque no balão corresponde ao esforço e à entrada de ar no canal da uretra”, completa os urologistas.
Bexiga hiperativa: caracteriza-se pelo aumento da atividade do órgão, proporcionando vontade súbita e constante de ir ao banheiro. Pode ocorrer por causa neurológica (lesão de medula, trauma de coluna, Acidente Vascular Cardíaco – AVC – ou doença de Parkinson, por exemplo) ou não-neurológica e idiopática, quando não se sabe a origem. Muitas vezes o paciente consegue manter a continência, porém, o incômodo é evidente. “A pessoa precisa aliviar sua necessidade o tempo todo e muitas vezes se vê impossibilitada, o que leva a um transtorno”.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Prender a urina pode causar problemas renais

é o intervalo ideal entre as idas ao banheiro
De acordo com o urologista Wladimir Alfer, é melhor ir num banheiro não tão higienizado do que segurar a urina durante muito tempo / Foto: Stock photo


Se você, mesmo com vontade, costuma adiar a ida ao banheiro por preguiça, está na hora de mudar esse mau hábito para evitar problemas de saúde. Reter a urina por muito tempo pode trazer sérios danos ao organismo, como o risco de infecção urinária e outros problemas renais.

A bexiga é um órgão que funciona como reservatório da urina. Ela possui um limite de capacidade, que varia para cada pessoa. Quando esse limite está prestes a ser atingido, surge a necessidade de eliminar o líquido, ocasionando a vontade de fazer xixi.

Quando mantemos a urina muito tempo na bexiga, há um risco maior de desenvolver infecção  a partir de bactérias que deveriam ser eliminadas do organismo e que acabam tendo mais tempo para se proliferar. A distensão da bexiga por tempo prolongado também pode causar uma lesão nos nervos que a controlam, causando dores e dificuldades para urinar.

Outro efeito secundário é que o aumento constante na pressão no interior da bexiga pode levar a uma dilatação dos rins, prejudicando drasticamente a sua função. O ideal é fazer xixi a cada três horas. “Urinar é como fazer uma limpeza mecânica. A gente 'lava’ as bactérias".

Os médicos explicam que um adulto deve beber cerca de 2 litros de água por dia (3 litros no verão). Além de hidratarmos o corpo, mantemos a constante limpeza do organismo. Quanto mais clara for a tonalidade da urina, mais saudável está o sistema urinário.

Portanto, se você tem urgência em chegar ao banheiro, dor no pé da barriga, ardor ao fazer xixi ou percebe que a urina está avermelhada, cuidado! Você pode estar com infecção urinária e deve procurar um médico. Em homens, é comum haver ardor e dificuldade para eliminar a urina.


Fonte: http://vivabem.band.uol.com.br/saude/noticia/?id=100000410689

quinta-feira, 21 de março de 2013


Fisioterapia: Climatério (Menopausa)

Climatério Menopausa
Durante o climatério a mulher passa por diversos eventos causados pela diminuição hormonal. Esta redução pode causar diversas alterações no organismo, e deve haver um acompanhamento médico para que tudo seja bem controlado. A fisioterapia pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento dessas manifestações. O atendimento pode ser realiazo em sua casa.
As manifestações físicas e emocionais do climatério apresentam-se de frequência e intensidades variáveis. Estas manifestações, às vezes começam na pré-menopausa, com irregularidades dos ciclos menstruais e vai até a pós-menopausa. Ocorrem devido alterações na produção hormonal levando a mulher a sentir transformações em seu corpo e em seu comportamento. Esta queda hormonal, principalmente estrogênica, pode trazer complicações como a acentuada perda óssea após a menopausa.

O que é climatério?

Segundo a Organização Mundial de Saúde o climatério é a “fase da evolução biológica da mulher em que ocorre o processo de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.” Dentro deste período ocorre a menopausa, em torno de 50 anos de idade. A menopausa é um processo natural que está presente na vida das mulheres e não deve ser considerada como a porta de entrada para a velhice, mas sim o inicio de uma vida repleta de novos interesses e perspectivas.

Sinais e sintomas do climatério

O climatério nem sempre é sintomático, e quando os sinais e sintomas estão presentes constituí-se a síndrome climatérica, que compreende de irregularidades menstruais, ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, dores de cabeça, tonturas, insônia, perda de memória, fadiga, redução e flacidez da mama, perda da elasticidade da pele, fraqueza muscular, ganho de peso, dispareunia (dor durante a penetração), incontinência urinária, aumento do risco de doenças cardiovasculares, diminuição da massa óssea (osteopenia e/ou osteoporose), insegurança determinada pelas alterações físicas, medo de envelhecer, entre outros.

Tratamento do climatério

• Educação e informação sobre o significado do climatério
• Terapia de reposição hormonal e fitoterápicos
• Terapia não hormonal (atividade física e fisioterapia)
As alterações decorrentes do climatério não são necessariamente melhores tratadas por medicamento ou cirurgia, mas por medidas preventivas ou mais apropriadamente por ações que permitam o adiamento de instalação da doença.

Como a fisioterapia pode ajudar no climatério?

A fisioterapia tem um papel importante tanto na prevenção quanto na reabilitação das alterações decorrentes do climatério objetivando a melhora da qualidade de vida. Desta forma o programa fisioterápico compreende: exercícios realizados continuamente de alongamento, fortalecimento muscular (com carga) e aeróbico, treino de equilíbrio, treinamento da musculatura do assoalho pélvico (localizado na região inferior da pelve) para prevenção ou melhora da incontinência urinária, recuperação da função sexual, melhora da conscientização corporal e postural. Além disso, o incentivo na realização da atividade física, pois ela produz vários efeitos psicológicos benéficos como o bem-estar físico e mental. É importante ressaltar que os exercícios devem ser orientados por profissionais especializados, pois irão variar de acordo com a idade, severidade da condição patológica (ex. osteoporose), doenças associadas e a funcionalidade da paciente.

Número de sessões de fisioterapia domiciliar

O número de sessões não pode ser determinado previamente, será de acordo com a resposta e o comprometimento da paciente ao tratamento.

fonte: http://www.fisioterapiaembh.com.br/ginecologia/fisioterapia-climaterio-menopausa/

segunda-feira, 11 de março de 2013


Atletas são os que mais sofrem com incontinência



O exercício físico pode se tornar um vilão quando se trata de incontinência urinária. Se malconduzido, ele pode sobrecarregar a musculatura do assoalho pélvico, o que aumenta a chance de a mulher apresentar o problema a médio e a longo prazo. Isso acontece principalmente com quem se exercita muito, como as atletas profissionais.

"É impressionante a quantidade de pessoas que fazem exercícios errados". Um estudo feito pela pesquisadora Ingrid Nygaard, da Universidade de Iowa (EUA), que mostrou que até 38% das mulheres que praticam atletismo e 36% das que fazem exercícios aeróbicos têm incontinência urinária.


"Atualmente, muitas mulheres frequentam academias de ginástica. O trabalho mal acompanhado faz com que a pessoa aumente a força no abdômen, empurrando os órgãos para baixo", acrescentando que os profissionais de educação física precisam conhecer melhor a área ginecológica. Segundo Ocanhas, estatísticas européias mostram que 55% das corredoras têm o problema.


Ginecologistas afirmam que a corrida é o pior exercício nesse sentido. "É uma atividade na qual há grande impacto das vísceras sobre a pelve. Tem que aprender a contrair o períneo ao se exercitar." É preciso associar as atividades da academia com exercícios perineais, que podem ser indicados por um fisioterapeuta. "Se toda vez que fizer força a mulher realizar o exercício perineal, não vai haver comprometimento da musculatura."


A prevalência da incontinência urinária durante a prática esportiva, em atletas de elite, varia de 0% (golf) até 80% trampolinistas, ou seja, é maior em esportes que envolvem atividades de alto impacto. É observada também em atletas que praticam ginástica, atletismo e alguns jogos com bola. Um grande número destas mulheres, relata que a perda de urina é muito embaraçosa, afetando sua concentração e desempenho.




Durante um estudo, o movimento que mais provocou perda foi pular com as pernas em abdução (30%), seguido de corrida (30%), do salto com as pernas em adução (28%) e queda após salto (14%).


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3939.shtml

http://www.midiasport.com.br/artigosDetalhes.php?cd=145